sábado, 8 de outubro de 2011

Saúde Pública

Desde meados de setembro de 2011 meus dias e de minha família é ficar na enfermaria de trauma do Hospital Otávio de Freitas - HOF, bairro de Tejipió, cidade do Recife, pois meu pai caiu do telhado e fraturou o fêmur, foi socorrido prontamente pelos bombeiros para a Unidade de Pronto Atendimento - UPA de São Lourenço da Mata, depois de constatado o problema foi remanejado para o HOF, inicialmente ficou num corredor junto com outros casos de trauma e pela madrugado foi encaminhado para uma enfermaria.
Durante o período que meu pai está no HOF temos presenciado situações que nos faz pensar como está sendo conduzida a saúde pública no Brasil, principalmente no que concerne a gestão, pois vejamos, quando foi socorrido observamos uma eficiência pelo corpo de bombeiros, quando atendido na UPA foi prontamente encaminhado para uma unidade maior, mais quando chegou ao Hospital esbarrou e está esbarrando numa série de situações que nos faz pensar na gestão.
Meu pai está ocupando um leito há mais de 20 dias, nesse período está consumindo os seguintes recursos pagos pelos cofres públicos: água, energia elétrica, vigilância, limpeza, funcionários públicos e contratados, alimentação, remédios etc. É um custo alto quando se poderia agilizar todo o processo, reduzir os custos de internação e liberar a vaga para outro cidadão que pode ter um problema até mais urgente que o dele.
Além disso, tivemos ocorrências que chamaram a atenção, foi conduzido por duas vezes para o bloco cirúrgico e nas duas não realizou a cirurgia, na primeira houve uma prolongamento do tempo da cirurgia anterior a dele e como a equipe iria ultrapassar o horário do plantão caso iniciasse a cirurgia, resolveram cancelar. Na segunda a placa que solicitaram para colocar no osso foi menor que a estimada para a implantação e tiveram que cancelar a cirurgia mais uma vez. Enquanto isso outras pessoas estão esperando na fila uma vaga para serem atendidas.
Ainda, temos notado nesse período que o serviço de limpeza do HOF procura economizar no que diz respeito à colocação de papel toalha e uso de outros produtos nas enfermarias, mas o papel toalha é mais gritante em função de ser um material que favorece a minimizar os riscos de infecção hospitalar e esse produto só é colocado nas enfermarias quando se cobra com muita intensidade. E nos finais de semana não se recebe de maneira alguma, pois o almoxarifado está fechado.
Pelo que estamos notando nessa experiência com a saúde pública “in loco” não falta recursos para atender ao cidadão, falta uma gestão eficiente. Poderíamos ter uma saúde melhor se os gestores fossem preparados e capacitados e fizessem suas equipes trabalharem com metas de desempenho. E se os órgãos de controle do país realizassem seu trabalho de maneira mais efetiva, inclusive as entidade que buscam a ética e a defesa da sociedade.

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